Mostrar mensagens com a etiqueta suplementação. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta suplementação. Mostrar todas as mensagens

Bolo de Whey do Pedrosa

Mais uma receita anabólica, desta vez um doce, porque quem treina também merece!

Ingredientes:                                                   
  • 1 iogurte grego                           
  • 300g de farinha integral               
  • 50g de whey de morango             
  • 5 ovos XL                                     
  • 100g de óleo de amendoim                               
  • 120g de açucar amarelo                             
  • 1 colher de chá de fermento em pó
Misturam isto bem misturadinho e vai a forno médio (180ºC) durante 40 min.
Uma fatia de 50g deste bolo tem:
  • 9g de proteínas
  • 8g de hidratos de carbono
  • 9g de lípidos
  • 145 calorias
A maioria das proteínas são de elevado valor biológico, a maioria dos hidratos de carbono são de indice glicémico baixo e a maioria das gorduras são insaturadas.

A diferença entre os diversos tipos de whey

O leite bovino é constituído por dois tipos de proteína: 80% caseína (proteína de absorção lenta) e 20% de Whey (proteína do soro do leite, de absorção rápida). A maioria dos suplementos de proteína utilizam whey que pode ser obtida de diversos modos e estes suplementos são classificados em três categorias

  • Proteína concentrada (whey concentrate)
  • Proteína Isolada (Whey isolate)
  • Proteína Hidrolisada (whey hydrolisate)

A proteína do soro de leite concentrada (ou nativa) pode conter entre 29% a 89% do seu volume em proteína, sendo o restante hidratos de carbono (principalmente lactose) e lípidos. Para concentrados de percentagem mais elevada (acima de 70%) não existe grande diferença entre as três categorias de whey, em termos de velocidade de esvaziamento gástrico e absorção de aminoácidos. Verifica-se até que a presença dos lípidos do leite tem um efeito positivo no balanço proteico (1).

A proteína de soro de leite isolada contém mais de 90% de proteína, não tendo quase nada de hidratos de carbono e gorduras. Por ter pouca quantidade de lactose é importante para indivíduos com baixa tolerância a esta substância (o pessoal que se está sempre a peidar quanto toma batidos) e é também popular entre culturistas com dietas muito baixas em hidratos de carbono (dietas cetogénicas).

A proteína pode ser hidrolisada, que é como quem diz "pré-digerida", produzindo péptidos mais pequenos que vão acelerar a absorção e utilização dos aminoácidos que por sua vez "pode" (talvez) aumentar a síntese proteica nos músculos após o treino. Seja qual for a whey, já é absorvida tão rapidamente que não será o facto de já estar hidrolisada que vai melhorar muito o esvaziamento gástrico ou acelerar o aumento das concentrações sanguíneas de aminoácidos. No entanto, como se verifica que o hidrolisado têm uma maior resposta insulínica e sendo a insulina uma hormona anabólica que promove a síntese proteica e além disso tendo-se já verificado num estudo que a recuperação do treino é mais rápida quando se toma este tipo de proteína é possível que o hidrolisado de whey tenha uma maior efeito na hipertrofia muscular para pessoal que treina regularmente.


(1) Elliot TA, Cree MG, Sanford AP, Wolfe RR, Tipton KD: Milk ingestion stimulates net muscle protein synthesis following resistance exercise.Med Sci Sports Exerc 2006, 38:667-674.  

(2) Power O, Hallihan A, Jakeman P: Human insulinotropic response to oral ingestion of native and hydrolysed whey protein. Amino Acids 2009, 37:333-339.

Suplementos que vale a pena tomar: Creatina

   A creatina é um dos suplementos ergogénicos mais populares entre praticantes de diversos desportos, desde o futebol ao culturismo, e é também um dos mais estudados. A forma de creatina mais comum (e a mais estudada) é o monohidrato de creatina (MC), cujo consumo provoca, comprovado cientificamente, o aumento das concentrações musculares de creatina e fosfato de creatina entre 15% a 40%, aumenta a capacidade anaeróbia e ajuda a aumentar o volume de treino resultando em maiores ganhos de força, potência e massa muscular. Diversos estudos sugeriram também alguns benefícios terapêuticos da creatina em vários tipos de doenças, como a doença de Parkinson e Alzheimer.
   Ao contrário de muitos mitos, e apesar de existirem estudos em que os sujeitos tomaram creatina durante anos,  nunca foram reportados na literatura efeitos secundários significativos.

   Pode-se afirmar, com base em artigos científicos, e estamos a falar de muito acima de 500 artigos já publicados sobre suplementação com creatina, inclusivamente alguns portugueses, que a creatina
•    É um dos poucos suplementos verdadeiramente eficazes para aumentar a capacidade de treino de alta intensidade (anaeróbio) e de aumentar a massa muscular com esse treino;
•    Quando tomada nas doses recomendadas, não só não faz mal nenhum como talvez até ajude em algumas doenças;
•    Quando tomada com hidratos de carbono e proteínas pode-se aumentar a sua retenção pelo músculo;

   Para se aumentarem o mais rápido possível as reservas musculares de creatina e assim se sentirem mais depressa os efeitos deste suplemento devem-se tomar  cerca de 0,3g por kg de peso por dia durante os primeiros 3 a 5 dias (fase de carga) e depois tomar uma dose de manutenção de 3 a 5g por dia.
Alguns dos falsos* mitos associados à creatina:
•    Todo o peso ganho deve-se à retenção de líquidos;
•    Provoca danos nos rins;
•    Desidrata, altera o equilíbrio electrolítico, etc…
•    Os efeitos a longo prazo são desconhecidos;
•    Formas mais recentes de creatina são mais eficazes que o MC e têm menos efeitos secundários
•    Não é ético nem legal tomar creatina.

*Por falsos entenda-se que não são verdadeiros, não têm fundamento e não ocorrem em pessoas saudáveis.

A Bioquímica da Creatina (Para Totós)

   As ações musculares consomem energia e essa energia tem origem na conversão do ATP em ADP. O ADP formado não pode ser usado para fornecer novamente energia (apenas o ATP pode), mas pode ser transformado novamente em ATP, ou seja, pode ser refosforilado. A quantidade de ADP que pode ser convertida em ATP depende das reservas musculares de fosfato de creatina (FC) e à medida que a reserva de FC diminui com uma atividade física intensa, a energia disponível diminui, devido à falta de capacidade de ressintetizar o ATP a uma velocidade suficiente para sustentar essa atividade.
   O que a suplementação com creatina faz é aumentar essas reservas e aumentar a nossa capacidade de produzir energia para actividades muito intensas, tipicamente de duração inferior a 10s. Isto é, suplementação com creatina vai influenciar uma das 3 vias energéticas que possuímos, a via anaeróbia alactica. Isto quer dizer que o efeito da creatina não se vai sentir em todos os tipos de actividade física, vai se sentir sim em desportos que recorrem mais a esta via metabólica, como sejam o futsal, andebol, basquetebol, entre outros. Nestes desportos os atletam têm frequentemente que sprintar e a energia para esses sprints é fornecida pela via anaeróbia alactica.
   O treino de força também é influenciado positivamente pela creatina, principalmente quando as cargas são mais elevadas. A creatina permite-nos ter treinos mais intensos e assim conseguir os desejados ganhos de força e massa muscular.

Para saber mais:
Dalbo VJ, Roberts MD, Stout JR, Kerksick CM: Putting to rest the myth of creatine supplementation leading to muscle cramps and dehydration.  Br J Sports Med 2008, 42(7):567-73.
Kreider RB, Wilborn CD, Taylor L, Campbell B, Almada AL, Collins R, Cooke M, Earnest CP, Greenwood M, Kalman DS, Kerksick CM, Kleiner SM, Leutholtz B, Lopez H, Lowery LM, Mendel R, Smith A, Spano M, Wildman R, Willoughby DS, Ziegenfuss TN, Antonio J (2010) ISSN exercise & sport nutrition review: research & recommendations. J Int Soc Sports Nutr 7:7.
Buford TW, Kreider RB, Stout JR, Greenwood M, Campbell B, Spano M, Ziegenfuss T, Lopez H, Landis J, Antonio J (2007) International Society of Sports Nutrition position stand: creatine supplementation and exercise. J Int Soc Sports Nutr 4:6.

Nutrient Timing - Recomendações

Depois de uns posts intermináveis,  e apesar de a literatura consultada não ser unânime em relação às quantidades ideais e momentos exactos de ingestão, estão lançadas as bases para fazer recomendações nutricionais para tirar o máximo proveito possivel do treino de força com objectivos de hipertrofia e até mesmo do treino de resistência cardivascular quando o objectivo é a performance e não a perda de peso..


Antes do Treino

O conteúdo óptimo em PRO e HC da refeição antes do exercício depende de diversos factores como a duração do treino e o nível de fitness do praticante, mas de um modo geral recomenda-se

1 a 2 g de HC/kg e 0,15 a 1,25 g de PRO/kg 3 a 4 horas antes do treino

Os HC escolhidos devem ser de IG baixo.

Durante o Treino

Se a duração do treino for superior a 60 minutos, é importante ingerir HC para manter a glucose sanguínea e os níveis de glicogénio muscular. Recomenda-se

30 a 60 g de HC/hora

de uma mistura de HC como glucose, frutose, sacarose e maltodextrina. Não se recomendam grandes quantidades de frutose, pois podem causar problemas gastrointestinais (vulgo caganeira).

Recomenda-se a adição de PRO aos HC numa proporção de 3 a 4 g de HC para cada grama de PRO.

Após o Treino

A ingestão de grandes quantidades (8 a 10 g de HC/kg/dia) imediatamente a seguir ao treino estimula a síntese do glicogénio e a adição de PRO na razão de 3:1 (HC:PRO) estimula ainda mais esta síntese.

Recomenda-se a ingestão num período até 45 minutos após o treino de

0.6 g de HC/kg + 0.2 g de PRO/kg

Os HC a ingerir devem ser de IG elevado e recomenda-se a utilização de uma mistura de proteína de soro de leite e caseína.

Coming Soon: A bebida que quase todos temos em casa e que é excelente para recuperar de um treino

Nutrient Timing - Depois do Treino

Após a sessão de treino os níveis de ATP e de fosfato de creatina estão esgotados, o níveis de glicogénio muscular estão muito diminuídos e os níveis de cortisol que aumentaram durante o treino, continuam a aumentar, favorecendo o catabolismo muscular. Adicionalmente, os radicais livres formados durante o treino vão continuar a atacar estruturas celulares dos músculos várias horas após o fim da sessão.



O treino de força provoca um aumento da síntese proteica nos músculos observável até 24 a 48 horas após a sessão de treino mas este efeito é atenuado pelo aumento da degradação proteica, observável até 24 horas após o treino (1), ficando o sistema muscular num estado catabólico, pois a velocidade da degradação proteica é superior à da síntese (2-4).


Os princípios da optimização dos nutrientes e da sensibilidade metabólica são particularmente relevantes durante os quarenta e cinco minutos que se seguem ao treino pois esta janela de oportunidade é o momento do dia em que a nutrição pode fazer uma maior diferença nas adaptações ao treino. Durante este período as células musculares estão particularmente sensíveis à acção metabólica da insulina e providenciando os nutrientes correctos pode tirar-se partido desta sensibilidade aumentando a actividade anabólica.

Reposição do Glicogénio


Em relação à reposição do glicogénio muscular, foi demonstrado em 1988 que o timing da suplementação com HC após o exercício tem uma influência significativa na velocidade de armazenamento do glicogénio (5). O autor deste estudo verificou que atletas que ingeriam 1,5 g de HC por kg de massa corporal nos trinta minutos após o exercício tinham maior velocidade de ressíntese do glicogénio muscular do que quando essa suplementação era atrasada por duas horas, em grande parte devido à maior sensibilidade do músculo à insulina. A adição de proteína ao suplemento pode aumentar ainda mais esta velocidade por aumentar a segregação de insulina.


De um modo geral os estudos apontam para a necessidade de ingerir HC em quantidades elevadas e frequentemente durante as 4 a 6 horas após o exercício, de modo a repor o glicogénio (6), podendo este processo ser acelerado pela utilização de HC de indice glicémico (IG) elevado (7).


Apesar de num estudo (8) se ter verificado que a adição de PRO ao suplemento pós-treino não influencia a reposição do glicogénio desde que a quantidade de HC seja de pelo menos 1,2 g/kg/h, a generalidade dos artigos parece apoiar a ideia que esta adição atenua os danos musculares e promove uma maior recuperação do glicogénio muscular (5,6,8,9).


Optimização do Balanço Proteico


Quando se pretende aumentar a massa magra e melhorar a composição corporal com o treino de força, o aumento da concentração e disponibilidade de aminoácidos no sangue é uma consideração importante (11,-14).


A ingestão de uma dose elevada de HC (100g) uma hora após um treino de força causa melhorias mínimas na síntese proteica, mantendo um balanço proteico negativo (15), ou seja, os HC não são o nutriente ideal (consumidos isoladamente) para ingerir após este tipo de treino. A sua inclusão é importante para a reposição do glicogénio, para melhorar o gosto e para estimular a segregação da insulina (2,9). Por outro lado, foi já mostrado em numerosos estudos que os AAs essenciais, em doses que vão das 6 às 40 g, promovem a síntese proteica nos músculos (11,16,17) e a adição de HC pode aumentar este efeito (2,11, 18).


Relativamente ao momento ideal para a suplementação com AAs ou PRO, não existem estudos conclusivos (6), pois têm sido obtidos resultados semelhantes com ingestão imediatamente após e 1, 2 ou 3 horas depois do treino.


Em relação ao efeito do tipo de PRO na optimização do balanço proteico, têm sido obtidos resultados semelhantes utilizando proteínas intactas ou AAs livres (1).


No que diz respeito ao tipo de HC, um estudo recente (7) concluiu que os HC de IG elevado promovem a reposição mais rápida do glicogénio mas que o tipo de HC não influencia diversos tipos de marcadores de anabolismo, catabolismo e imunossupressão, concluindo os autores que tanto os de IG elevado como os de baixo são adequados para adicionar à PRO após um treino de força intenso e de modo a optimizar a disponibilidade de HC e o anabolismo pós-exercício.

Proximo post: Recomendações

Referências
 (1) Kerksick, C.M. e Leutholtz, B. Nutrient Administration and Resistance Training. 2005, Journal of the International Society of Sports Nutrition, Vol. 2, pp. 50-67
(2) Ivy, John e Portman, Robert. Nutrient Timing. Laguna Beach: Basic Health Publications, 2004
(3) Phillips, S.M.; Tipton, K.D.; Ferrando, A.A.; Wolfe, R.R., Resistance training reduces the acute exercise-induced increase in muscle protein turnover. 1999, Am J Physiol , Vol. 276, pp. 118-124
(4) Wolfe, Robert R. Skeletal Muscle Protein Metabolism and Resistance Exercise. 2006, J Nutr, Vol. 136, pp. 525-528
(5)  Ivy, J. L., Glycogen Resynthesis After Exercise: Effect of Carbohydrate Intake. 1988, Int J Sports Med , Vol. 19, pp. 142-145
(6) Kerksick, Chad et al, International Society of Sports Nutrition Position Stand: Nutrient Timing. 2008, Journal of the International Society of Sports Nutrition, Publicação Online
(7) Kreider, R.B.; Earnest, C.P.; Lundberg, J.; Rasmussen, C.; Greenwood, M.;  Cowan, P.; Almada, A.L. Effects of ingesting protein with various forms of carbohydrate following resistance-exercise on substrate availability and markers of anabolism, catabolism, and immunity. 2007, Journal of the International Society of Sports Nutrition, Publicação Online
(8) Jentjens, R.L.P.G. et al, Addition of protein and amino acids to carbohydrates does not enhance postexercise muscle glycogen synthesis. 2001, J Appl Physiol , Vol. 91, pp. 839-846
(9) Ivy, J.L. et al, Early postexercise muscle glycogen recovery is enhanced with a carbohydrate-protein supplement. 2002, J Appl Physiol , Vol. 93, pp. 1337-1344
(10) Berardi, J.M.; Price, T.B.; Noreen, E.E.; Lemon, P.W., Postexercise muscle glycogen recovery enhanced with a carbohydrate-protein supplement. 2006, Med Sci Sports Exerc, Vol. 38, pp. 1106-1113.
(11) Tipton, K.D.; Rasmussen, B.B.; Miller, S.L.; Wolf, S.E.; Owens-Stovall, S.K.; Petrini ,B.E.; Wolfe, R.R., Timing of amino acid-carbohydrate ingestion alters anabolic response of muscle to resistance exercise. 2001, Am J Physiol Endocrinol Metab , Vol. 281, pp. 197-206
(12) Biolo, G.; Tipton, K.D.; Klein, S.; Wolfe, R.R., An abundant supply of amino acids enhances the metabolic effect of exercise on muscle protein. 1997, Am J Physiol Endocrinol Metab , Vol. 273, pp. 122-129
(13)Tipton, K.D.; Gurkin, B.E.; Matin, S.; Wolfe R.R., Nonessential amino acids are not necessary to stimulate net muscle protein synthesis in healthy volunteers. 1999, J Nutr Biochem , Vol. 10, pp. 89-95
(14)Børsheim, E. et al, Effect of amino acid supplementation on muscle mass, strength and physical function in elderly. 2008, Clinical Nutrition, Vol. 27, pp. 189-195
(15) Børsheim, E. et al, Effect of carbohydrate intake on net muscle protein synthesis during recovery from resistance exercise. 2004, J Appl Physiol , Vol. 96, pp. 674-678
(16) Borsheim, E.; Tipton, K.D.; Wolf, S.E.; Wolfe, R.R.Essential amino acids and muscle protein recovery from resistance exercise. 2002, Am J Physiol Endocrinol Metab , Vol. 283, pp. 648-657
(17) Wolfe, Robert R. Skeletal Muscle Protein Metabolism and Resistance Exercise. 2006, J Nutr, Vol. 136, pp. 525-528
(18) Beelen, Milou et al. Coingestion of Carbohydrate and Protein Hydrolysate Stimulates Muscle Protein Synthesis during Exercise in Young Men, with No Further Increase during Subsequent Overnight Recovery. 2008, J Nutr,  Vol. 138, pp. 2198-2204